Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus.
Eugénio de Andrade
26.5.07
Adeus
26.11.06
Sex and the City
"Later that day I got to thinking about relationships. There are those that open you up to something new and exotic, those that are old and familiar, those that bring up lots of questions, those that bring you somewhere unexpected, those that bring you far from where you started, and those that bring you back. But the most exciting, challenging and significant relationship of all is the one you have with yourself. And if you can find someone to love the you you love, well, that's just fabulous"
by Carrie Bradshaw
19.11.06
Súplica
Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
As urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.
Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Nao perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.
(Súplica, Miguel Torga)
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
As urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.
Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Nao perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.
(Súplica, Miguel Torga)
14.9.06
O melhor deste verão em Tavira
* As amigas: Débora e Carina
* O Pedro
* As tostas com queijo e o suminho de laranja feitos pelo Sr. Luis
* DJ Vibe ao vivo na Algarve Beach Party
* As noitadas na UBI e na Monarquia
* As noitadas no D. Manuel na galhofa com as amigas, acima mencionadas
* O fds com a Rita e Gonçalo e todas as coisas giras que fizemos!
* Os dois dias com a Luisinha que foram de morrer de riso!
* Os minutos passados na varanda da minha casa, PRICELESS!
* A calma com que os dias passam e a alegria de os viver..
* As pessoas com quem trabalhei e muito aprendi
* As feirinhas de antiguidades, medievais e espectáculo de Jazz ao vivo
* O bazar Tanger que é a loja de artesanato mais irresístivel em que alguma vez entrei!
* Os mergulhos na/no piscina/mar
* Crescer como pessoa
* Os 3 livros da colecçao vampiro que comprei!
* As surpresas que me fizeram no dia dos meus anos!
* Ter um grupo de amigas que se mantém unido ainda que à distância!
* As conversas ao telefone com o Grizo, durante horas :) obrigada AMIGO!!
* Falar ao telefone com a Rita quase todos os dias :D
* Sentir-me em casa, mesmo a 300km desta e sentir que sempre pertenci ali e que é para ali que quero voltar!
Nota: esta lista NÃO é uma hierarquia! O que é bom, é bom e acabou-se!
Nota 2: quando me lembrar de mais coisas, comunico.
Nota 3: a foto é representativa da folia que se vive naquela terra :D
9.3.06
2.10.05
Recordações
A melhor recordação da minha infância é um cheiro. Cheiro do Zoo de Lisboa.
Onde passei os melhores momentos, quando criança, ao lado da pessoa por quem tinha mais admiração: o meu pai.
Cada vez que vou a Sete Rios e sinto o cheiro, lembro-me dos passeios, dos animais, dos pic-nics. Dos tempos felizes que não voltam mais, da proximidade ao meu ídolo, que com os anos fui perdendo e se foi tornando uma distância difícil de transpor.
Saudade*
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