19.11.06

Súplica

Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
As urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Nao perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.

(Súplica, Miguel Torga)

1 comentário:

Anónimo disse...

inspiro, expiro, suspiro!